sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

o fim da mentira

Belém, 14/12/2007

O fim da mentira

Foi a famigerada CPMF, o tal imposto do cheque. Ela foi instituída no governo tucano por iniciativa do então Ministro da Saúde, o médico-cientista Adib Jatene. Ingenuamente ele acreditou que esse imposto fosse beneficiar somente o setor da saúde; mas logo se viu o governo usando-o para outros fins, de modo que ao passar dos anos ele foi se diluindo em vários outros programas que nada tinham a ver com a saúde; somente um pequeno percentual era usado na saúde.

Na prática o que se viu e o que se vê é a miséria do atendimento público nos postos e hospitais gerenciados pelo governo federal, estadual e municipal: pessoas atendidas nos corredores dos hospitais, sem cama para dormir; os médicos fazendo cirurgias de emergência em condições precárias de higiene; outras que morriam e ainda morrem nas portas desses estabelecimentos, vindas de outras unidades de saúde por falta de leitos, médicos, enfermeiras e medicamentos; alguns foram flagrados pelas câmaras dos repórteres nos estertores da morte como foi o caso registrado aqui em Belém num posto médico do município no bairro da Marambaia. Este paciente morria de infarto totalmente desamparado, ante a impotência dos que o observavam. Diariamente a mídia de todo o Brasil registra casos similares nas principais capitais do país. Para onde então vai aquela parcela de dinheiro da CPMF?

A administração desse setor alega que a verba mal dá para pagar as centenas de servidores que incluem principalmente os médicos e os enfermeiros; que mal dá para a manutenção dos equipamentos médicos e toda a infraestrutura hospitalar necessária, incluindo os serviços imprescindíveis de limpeza, coleta e destinação do lixo hospitalar que já é um problema grave de saúde; denúncias nos jornais já mostraram partes de membros de corpos humanos encontrados em lixões domésticos.

Se toda a verba arrecadada da CPMF fosse para manter o setor de saúde, provavelmente esse quadro dantesco de miséria humana, que se compara aos países mais subdesenvolvidos da África, teria sofrido uma sensível melhora ao longo desses anos. Mas o que viu foi o desvio de grande parte da arrecadação para ser usada em outros programas... E, não é pouco! Segundo o próprio governo chega a 40bi de reais. Então, descaradamente, ele mesmo – o governo – admitiu que essa verba é usada para os seus programas sociais e outros...Nas derradeiras negociações com os senadores da oposição o presidente Lula chegou a se comprometer por escrito que toda essa verba arrecadada seria usada para a Saúde Pública.

Mas gato escaldado da água fria tem medo. Já não é de hoje que este governo e outros não cumprem suas promessas com seus pares e com a população em geral. Nesse mesmo imbróglio da CPMF o governo se comprometeu com os senadores a enviar ao Congresso um projeto de reforma tributária. Segundo os jornais, não enviou porque não quis. Lembram-se do José Serra? Ao assumir a prefeitura de São Paulo escreveu que cumpriria o mandato até o fim. Cumpriu?

Já o governo Lula é inconfiável desde o berço. É só remontar ao passado recente e ver os inúmeros escândalos que pipocavam desde a sala contígua de seu gabinete até o submundo de seus auxiliares mais indiretos. Para piorar temos uma Justiça que só tem um olho vendado. A impunidade mais recente vem da prisão pela Polícia Federal (PF) de cerca de outros quarenta ladrões do dinheiro público – cerca de 200mi, segundo a mídia – que já estão quase todos soltos por liminares dos tribunais superiores, enquanto que um ladrão de galinhas permaneceu 33dias preso no mesmo período do roubo milionário. E a quadrilha dos quarenta mensaleiros apontados pelo Procurador Geral da República Antonio Fernando de Souza? O Supremo Tribunal Federal (STF) declarou-os réus. Parece que se esqueceram deles! Ou estão esperando que o crime prescreva? E os
bandidões Sanguessugas, os Vampiros da Saúde Pública, os Gautamas, e outros bandidões endinheirados da Sudam, Sudene, Prefeitura, e Fórum Trabalhista de São Paulo, etc.? São tantos que dão numa enciclopédia britânica! E o escroque internacional Cacciola que faturou 1,2 bilhâo e se mandou para a Itália por benevolência de um ministro do STF? A justiça italiana o colocou atrás das grades; parece que o nosso ministro da Justiça foi visitá-lo...

E, com tudo isso, o povão os reelege.

Leopoldino Ferreira

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