O IMPONDERÁVEL ÉTER
A despeito do sucesso de Hertz e Marconi em transmitir ondas eletromagnéticas através do espaço com a velocidade da luz, uma questão continuou a incomodar os contemporâneos de Maxwell. Se os sinais de rádio se movem através do espaço à maneira das ondas na superfície do oceano, que fazia o papel do oceano para as ondas de luz de Maxwell? Que suporte material habilitavam estas ondas para caminhar? Maxwell acreditava que o campo eletromagnético existia por si mesmo, independentemente de qualquer substratum material, mas seus colegas não estavam convencidos. Eles inventaram uma espécie de fluído hipotético, imponderável e elástico, no qual as ondas de luz supostamente se propagavam. Eles lhe deram o nome de éter, devido ao termo que os Gregos tinham usado previamente para designar o sutil fluido que, de acordo com eles, enchia o espaço além da atmosfera da Terra.
Havia uma maneira simples de verificar a existência deste éter. A Terra não está parada. Antes, ela nos arrasta ao longo de sua órbita anual ao redor do Sol numa velocidade de 30 km/s, aproximadamente 0,01 por cento da velocidade da luz. Em virtude deste movimento, a velocidade da luz medida pelos físicos na Terra dependeria em princípio da direção de onde vinha a luz Quando a luz se aproximasse da Terra frontalmente, sua velocidade aparente deveria ser maior do que seu valor real. Ao contrário, numa direção oposta do movimento da terra, a luz teria que alcançar a Terra e sua velocidade deveria aparecer mais baixa. Albert Michelson (1852-1931) e Edward Morley (1838-1923), dois físicos Americanos, fizeram a experiência em 1887. Os resultados que eles conseguiram foram totalmente inesperados. A velocidade aparente da luz não parecia mudar uma insignificância, não importasse a direção da qual vinha. Ela permanecia notavelmente constante em 300.000 km/s. Este era um caso clássico de um experimento supostamente para confirmar um resultado previsto, o qual, em vez disso, se resultou completamente para contradizê-lo.
O resultado do experimento de Michelson-Morley podia ser entendido somente se fosse assumido que a Terra não se movia em relação ao éter, o que era patentemente absurdo. Sabia-se que a Terra se move ao redor do Sol, e não fazia qualquer sentido que o éter, supostamente enchendo todo o universo, fazia a mesma coisa e seguia exatamente o movimento da Terra, esta minúscula partícula de poeira perdida na imensidão do cosmos. O modelo de um éter enchendo todo o universo, como uma espécie de palco de teatro no qual o drama cósmico se desenrolava, estava num estado de crise. A solução do dilema veio de um obscuro empregado do escritório de patente na cidade de Berna, Suíça, que gastava seu tempo livre ponderando sobre problemas de física. Seu nome era Albert Einstein (1879-1955), e ele estava para sair do anonimato e tornar-se um verdadeiro mágico da física moderna.
quinta-feira, 17 de janeiro de 2008
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